Donas de casa têm dificuldades para contratar domésticas em Rio Preto

TV TEM/REDE GLOBO – 17/10/2012

Do G1 Rio Preto e Araçatuba

Do G1 Rio Preto e Araçatuba


Para ver o vídeo, clique no link abaixo:
matéria TV TEM – Rio Preto

Desenvolvimento econômico é um dos motivos para a falta no mercado.
Em Rio Preto, empresário criou curso para qualificar estes profissionais.

Tem sido cada vez mais difícil contratar empregadas domésticas em São José do Rio Preto (SP) e região. Essa reclamação é frequente nas cidades do noroeste paulista e traz a tona um problema causado pelo desenvolvimento econômico no Brasil e o crescimento da nova classe média. O acesso facilitado a cursos universitários tem motivado a qualificação, o que automaticamente reduziu o número de profissionais da categoria doméstica.

A dona de casa Isaura Cáceres, tem feito o trabalho enquanto não consegue contratar alguém. Ela oferece carteira assinada, cesta básica e vale transporte para a funcionária que quiser trabalhar. Mesmo assim, não conseguiu encontrar ninguém. “É difícil encontrar alguém que queria se dedicar ao trabalho doméstico. As últimas pessoas que contratei ficaram pouco, faltavam muito e não tinham tanto preparo. Enquanto não consigo contratar uma profissional, me viro sozinha”, conta Isaura.

A dificuldade de Isaura é cada vez mais sentida na região e em todo o Brasil. Os especialistas estimam que, com o acesso mais fácil a cursos profissionalizantes e com o mercado aquecido, muitas trabalhadoras têm oportunidade de conseguir um emprego diferente e não consideram o trabalho doméstico como opção.

Segundo o IBGE, até o ano passado, 7% da população trabalhavam em serviços domésticos. Em 2012, este número caiu para 6,6%. Com pouca oferta de profissionais, os que se mantêm no mercado exigem um salário melhor. Em Rio Preto, a média fica entre R$ 800 a R$ 1,5 mil por mês.

Profissionalização
A professora Marta de Cássia Green fez o caminho inverso. Formada em pedagogia, era diretora de escola, mas desistiu da carreira ao ver que os resultados financeiros não compensavam. Foi aí que ela decidiu voltar à sala, mas como aluna, em um curso que especializa mulheres ao servido de empregada doméstica. “Meu salário era em torno de R$ 700 mensal. Como diarista, consigo ganhar R$ 1,5 mês e tenho flexibilidade para tudo. Foi ideal para mim”, conta Marta.

Em Rio Preto, o empresário José Roberto Campanelli criou uma agência especializada para selecionar e capacitar candidatas. “A ideia surgiu quando fomos contratar uma diarista e tivemos muitas dificuldades. Pensei em criar uma empresa com profissionais capacitadas para estes atendimentos e deu certo”, explica Campanelli. A procura pelo serviço tem sido tão grande, que em seis meses, a agência já montou unidades em outras 10 cidades do país.