Lei das domésticas impulsiona negócios

Jornal Bom Dia – São José do Rio Preto – Mudança na lei das empregadas faz subir serviços de lavanderias e venda de comidas congeladas

Depois da mudança na lei das domésticas, com a promulgação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que concebe aos trabalhadores domésticos direitos, como recolhimento do FGTS, aumentou desde o início do mês a procura por empresas que terceirizam esse serviço, uma tendência já vista em países da Europa e nos Estados Unidos.

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Em Rio Preto, empresas também sentiram esse impacto. “Desde o início do mês, quando a mudança na lei aconteceu, nossas vendas aumentaram 30%”, diz Ivanete Aparecida Rodrigues de Lima, vendedora da empresa Divino Sabor, de comida congelada.

Ivanete também disse que 90% de seus clientes são professoras, médicas e advogadas. Ou seja, mulheres que não têm tempo para cozinhar em casa e que apelam para esse tipo de serviço.

Além da comida, outros serviços, que antes eram feitos pelas empregadas domésticas, são procurados na cidade. “Recebemos, principalmente, as roupas mais delicadas para lavar. Muita gente não tem experiência e, agora, com essa nova realidade, recorrem ao nosso serviço”, conta o dono da lavanderia Progresso, na Boa Vista, Ademir Aparecido Nogueira, 42. Ele diz ainda que depois da aprovação da PEC, a procura pelo serviço aumentou 20%.

Outra lavanderia da cidade também está recebendo mais clientes que meses atrás. Karina Fleury Abrandes, 41, gerente da lavanderia 5 à Sec do centro da cidade, diz que a procura pelo serviço aumentou 20% neste mês. “Vejo a mudança dentro da minha própria casa. Eu tinha duas empregadas domésticas, e, depois da mudança na lei, fiquei apenas com uma.”

Em Rio Preto, a empresa Mary Help, oferece serviços de diaristas e outros como de lavadeira. De acordo com José Roberto Campanelli, proprietário da franquia em Rio Preto, a procura por diaristas, depois da nova lei, aumentou em 20%, e 10% em média em todas as unidades do país.

“A PEC assustou muita gente e, consequentemente, muitas domésticas foram despedidas.” Ele diz também que a mudança na lei impulsiona o país a seguir modelos de países da Europa, onde só os mais ricos possuem empregadas domésticas em casa.

“Apesar de a lei ter acelerado a mudança, é uma tendência natural pelos fatores socioeconômicos do país e a afluência da classe C.” Campanelli ressalta que serviços específicos, como o de passadeira, também aumentaram em 20%.

Reportagem – Natália Bueno