Microfranquia em limpeza

Diário Comércio Indústria e Serviços – São Paulo – A demanda na área de limpeza doméstica, para conservação de médias e pequenas empresas e residências, motivou o surgimento da Mary Help.

Um estudo divulgado no dia 15 deste mês pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) mostra que a jornada das empregadas domésticas que trabalham na região metropolitana de São Paulo diminuiu no período de 1992 a 2012. O maior decréscimo foi registrado com as mensalistas com carteira de trabalho assinada, passando de 49 para 41 horas por semana.

O trabalhador doméstico tem sido pauta de discussão, principalmente, em torno da Emenda Constitucional 72 aprovada no Congresso Nacional, em abril, que amplia os direitos trabalhistas do profissional e estabelece o regime de 44 horas semanais. “É inegável que a nova legislação implicará em mais custos para as pessoas que tiverem empregada doméstica. A tendência é que muitos empregadores optem por profissionais temporários (por dia e até por hora) que ofereçam serviços de qualidade”, analisa José Roberto Campanelli, um empresário de São José do Rio Preto, no noroeste do Estado de São Paulo que vivenciou no dia a dia as dificuldades de contratar diretamente bons profissionais da área.

A partir da própria experiência e ciente da necessidade crescente da demanda na área de limpeza e conservação de residências, pequenas e médias empresas, Campanelli decidiu iniciar um negócio nesse ramo, concebido para se tornar uma rede de franquias e cujos serviços visam facilitar a vida de donas de casa e empresários. “Assim nasceu a Mary Help Franchising, em 2011, franquia que, em curto espaço de tempo provou ser um sucesso e que, até o início de abril último, já contava com mais de 20 unidades distribuídas pelo País”, descreve o sócio diretor. Pela simplicidade de operação, o capital investido para a franquia fica abaixo de R$ 50 mil .

Microfranquia

“O negócio se insere em microfranquia, um segmento em grande ascensão no mundo do franchising brasileiro”, acentua o empresário especializado em Marketing, destacando que a “Mary Help é uma opção que apresenta uma relação custo/benefício muito interessante para empreendedores que desejam ter seu próprio negócio, buscando aumentar a renda familiar ou uma alternativa ao tradicional emprego”.

Uma unidade da rede tem uma estrutura interna enxuta, com 2 a 4 pessoas na operação, incluindo o próprio sócio que deve gerir o negócio. A Mary Help faz processos seletivos para diversos tipos de profissionais mensalistas e não apenas de empregadas domésticas. Esse corpo interno recruta e seleciona profissionais para diversas atividades (babás, cozinheiras -trivial, forno e fogão, cuidadores de idosos, garçons, balconistas, porteiros etc) e cadastra em seu banco de dados, por meio de um software próprio da franquia.

Posteriormente, esse banco servirá clientes que buscam profissionais mensalistas, através de processos seletivos e também para formação de uma equipe de funcionárias que treina e agencia para atender os clientes na realização de diárias ou serviços terceirizados em residências e empresas.

O leque de produtos e serviços é complementado pela realização de terceirização de mão de obra, de faxina pré-mudança, limpezas pós-obra, tratamentos de pisos e revenda de produtos de aromatização da própria marca.

O público-alvo dos serviços da franquia constitui-se de donas de casa, profissionais liberais e empresários em geral. Além de residências, o contingente é formado por escritórios, clínicas médicas e odontológicas, lojas comerciais, salões de beleza, escolas, entre outros.

Expansão

Segundo Campanelli, o investimento total varia em média de R$ 35 a R$ 50 mil, incluídos a taxa inicial de franquia e a montagem do local (mobiliário, decoração e equipamentos). O espaço gira em torno de 60 m² a 80 m² em três ambientes distintos: recepção, retaguarda e sala de treinamento.

Uma das vantagens dessa franquia que facilita a instalação do empreendimento é que não há necessidade de um ponto comercial de custo elevado, pois a operação pode ser montada em um escritório comercial ou uma casa.

A Mary Help pretende fechar o ano de 2013 com 100 unidades franqueadas em todo o País. Segundo o sócio diretor, até o momento, entre unidades abertas, em funcionamento e em implantação, a marca está presente nos estados de São Paulo (São José do Rio Preto, Franca, Campinas, Valinhos, Ribeirão Preto, São Carlos, Paulínia, Rio Claro, Santos , Araçatuba e no bairro do Tatuapé), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Roraima, Distrito Federal e Rio Grande do Norte.

Campanelli acredita na expansão da Mary Help, uma que vez no Brasil há cerca de sete milhões de trabalhadores domésticos, número insuficiente para atender os mais de 50 milhões de residências. “Esse decréscimo no número de empregadas é explicado pela falta de registro em carteira e pelo fato de que muitas ex-empregadas decidiram trabalhar como diaristas (atualmente, em torno de 30% do total de trabalhadores domésticos, ante 20% no ano de 1999). Sem falar na demanda em função da inserção de mulheres no mercado de trabalho e no aumento de idosos, clientes que mais têm interesse na contratação de diarista. Estima-se que até 2020 serão mais 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos”, reforça o executivo especializado em marketing.

Reportagem – Zulmira Felicio